Provavelmente muitas pessoas interpretarão o gesto como sendo uma crítica velada à 3.ª República onde exprimimos a nossa frustração com a corrupção, com a inoperância dos sucessivos governos, com os ataques à classe operária e a protecção às grandes famílias capitalistas como os Mello e os Champalimaud, ao mesmo tempo que traçamos um paralelo metafórico entre a depressão pós-coital e a frustração que tem constituído a experiência democrática portuguesa, alvo de múltiplas crises apenas atenuadas pelo servilismo à burocracia europeia.
Mas isso nem sequer nos passou pela cabeça.
Outras pessoas irão pensar que é uma piada subtil, pois a nossa esperança é a de que a partir do próximo sábado as pessoas passem a perguntar "Onde é que estavas no 25 de Abril?" com um sentido completamente diferente, ainda que no mesmo tom um pouco jocoso, mas com um toque de respeito e até uma pitada de discreta reverência.
Por acaso não nos desagradava, mas também não nos ocorreu tal ideia.
Na verdade, o motivo que nos levou a programar o primeiro episódio para o dia 25 de Abril deveu-se à estranha particularidade de ser o dia em que nos dava mais jeito.
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